quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um pouco de rugby - Jornalismo On-line

Recentemente, a Topper, empresa de artigos esportivos e patrocinadora da Seleção Brasileira de Rugby, vinculou alguns comerciais "diferentes", pra dizer o mínimo. No primeiro, a comissão técnica de certo time concede coletiva para somente um repórter. Em outro, a mulher pede autógrafo para o próprio marido, jogador de rugby. E, nos melhores da série, apresentador elenca os fatos e mudanças entre as seleções de Brasil, Uruguay, Argentina e Chile. No final de cada vídeo, a mensagem: "Rugby. Isso ainda vai ser grande no Brasil".

Os comerciais, muito bem feitos, são resultado da parceria entre a Topper, com a campanha "Coração Manda", e a Confederação Brasileira de Rugby, na tentativa de difundir o esporte no país. O rugby é extremamente popular nos países da América do Sul. Chile, Uruguay e principalmente a Argentina, terceira colocada no Mundial de 2007, na França. No Brasil, apesar dos esforços da Confederação, o esporte ainda não decolou como em nossos vizinhos.

O rugby brasileiro ainda depende muito das Universidades. Boa parte dos jogadores, incluindo os de seleção, jogam ou jogaram por suas faculdades, e não seguem carreira no esporte. A seleção brasileira feminina universitária que ficou em sexto lugar na Copa do Mundo da categoria, em julho de 2010, no Porto, Portugal, era basicamente a mesma formação da seleção principal. Se no masculino não é tanto desta forma, entre as meninas é muito comum o primeiro contato com o esporte se dar na faculdade. E os resultados no feminino são muito melhores que o masculino. O Brasil feminino é a melhor seleção da América do Sul, e terminou o Mundial de 2009 na 10º colocação, a melhor alcançada por equipe brasileira em Mundiais.

O rugby é um esporte que atrai quantidade expressiva de admiradores, o que pode parecer estranho no Brasil, país dominado pelo futebol. A última edição do mundial, em 2007, teve público total de 2,2 milhões de espectadores, e 4,2 bilhões de audiência televisiva. Não se compara aos quase 30 bilhões da Copa do Mundo de futebol da África do Sul, mas são números altos. Os All Blacks, como é conhecida a seleção da Nova Zelândia, é famosa pela haka, tradicional dança maori, executada antes dos jogos. A África do Sul, campeã de 2007, teve retratada a trajetória do primeiro título, em 1995, no filme Invictus, com Morgan Freeman no papel de Nelson Mandela. A Inglaterra, berço do esporte, é a única seleção do hemisfério norte a conquistar um título, em 2003.

Para 2016, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, a ideia da CBRu é transformar as seleções masculina e feminina da segunda potência do continente, e estar entre as maiores do mundo. O Projeto 2016 prevê, entre outras coisas, retorno financeiro para patrocinadores e criar uma boa estrutura de competição nacional. Na internet, alguns bons blogs podem ser acessados por quem quer se informar mais sobre o esporte. O Rugby de Calcinha, o Blog do Rugby , Rugby.Esp.Br, site que criou o interessante Mapa do Rugby. Entre as federações e associações, além da CBRu vale destacar a Federação Paulista e a Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas e, é claro, a International Rugby Board, entidade máxima do esporte. Na tela, quem quiser ver um bom documentário assista Muderball, sobre atletas deficientes físicos.

Para os praticantes e amantes do esporte, o rugby não vai se tornar grande no Brasil. Ele já é.